sábado, 25 de dezembro de 2010

AGRADECIMENTOS

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OLÁ A TODOS!

GOSTARIA DE AGRADECER A TODOS OS VISITANTES DO MEU BLOG E DOS PROFISSIONAIS QUE ESTIVERAM COMIGO EM 2010 E CONTRIBUIRAM DE FORMA SIGNIFICATIVA PARA O ANDAMENTO DE NOSSAS ATIVIDADES E PRODUÇÕES.

QUE EM 2011 OS NOSSOS ESFORÇOS SEJAM REDOBRADOS PARA OFERECER CADA VEZ MAIS INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO.

BOAS FESTAS.

SÃO OS VOTOS SINCEROS.

JOSÉ CLAUDIO HÖFLING FILHO

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PARA SE PRODUZIR BOAS SEQUENCIAS DIDÁTICAS

PARA SE PRODUZIR BOAS SEQUENCIAS DIDÁTICAS



Por Adriano Vieira


A elaboração de sequências didáticas na concepção da metodologia dialógica – ação, reflexão, ação – tem como propósito desenvolver a condição de autoria do professor, de fortalecer sua autonomia, enquanto sujeito do processo.

Este é o momento de decisões a respeito do que e do como ensinar, ou seja, de selecionar conhecimentos considerados importantes, válidos ou essenciais para comporem o currículo de educação física e formas adequadas de desenvolvê-los para que ocorra a aprendizagem.

Para que essa produção siga na perspectiva da democratização da educação e da melhoria da qualidade de ensino, torna-se imprescindível que ela seja produto das reflexões e dos pactos coletivos estabelecidos na rede pública, no caso aqui, no programa EPV (estudar pra valer – parceria entre a Secretaria Municipal de Educação do Municipal de Araraquara com a Fundação Wolkswagen), uma vez que agora é hora de tomar decisões curriculares em relação aos conteúdos, às metodologias e às atividades de sala de aula, que deverão ser compatíveis com os referidos pactos.

A produção exige esforço. Demanda estudo, um processo de aprofundamento teórico e um exercício constante de compatibilização entre teoria e prática, conteúdo e forma, objetivos e propostas.

Essa é a hora em que o olhar do professor se volta, sobremaneira, para o aluno real e concreto e seu contexto. Assim, considera o aluno, com as peculiaridades de seu momento de vida, de sua forma de pensar e de seu universo cultural para que as situações de ensino e aprendizagem, em sala de aula, possam ser significativas e instigantes.

As SDs (sequências didáticas) se tornam subsídios de apoio pedagógico para auxiliar os professores em sala de aula. Estimulam os professores a criar boas situações de ensino e aprendizagem para a sala de aula, no contexto do EPV, a partir de seu repertório e de estudos e pesquisas sobre os conteúdos escolhidos;

Em relação aos conteúdos a serem abordados nesses subsídios devem privilegiar conteúdos que se referiam à cultura local e à cultura de Araraquara, além é claro, de propostas claras de trabalho com leitura e produção de textos.

O QUE SÃO SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS?


Várias são as fontes que tratam de sequências didáticas, mas nós, com base no dia a dia escolar, denominamos sequências didáticas como:

“Situações de ensino e aprendizagem planejadas, organizadas passo a passo, com o objetivo de promover uma aprendizagem definida. Constituem um conjunto de atividades sequenciadas com graus de dificuldade crescente para que os alunos possam, gradativamente, apropriarem-se de conhecimentos, atitudes e valores considerados fundamentais. As sequências didáticas não têm duração determinada, podendo ser planejadas para serem desenvolvidas em várias aulas e durar dias, semanas ou meses.”


SOBRE A ESTRUTURA DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA



As sequências didáticas, elaboradas no contexto do EPV, compõem-se dos seguintes momentos:

1 - Apresentação da proposta de trabalho;

2 - Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos;

3 - Ampliação dos conhecimentos;

4 - Sistematização dos conhecimentos e avaliação.


O trabalho inicia-se com o anúncio para os estudantes do que vai ser estudado. É o compartilhamento da proposta de trabalho com eles, dando-lhes uma visão geral do processo a ser desenvolvido e explicitando os pontos de chegada.

A seguir, faz-se o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto a ser estudado. Isso significa investigar os conhecimentos que adquiriram em suas experiências anteriores, dentro e fora da escola, sobre o assunto. É importante conhecer o que já sabem a respeito do que vai ser estudado para relacionar esses conhecimentos, intencionalmente, ao que se quer ensinar. Para ativá-los, problematizam-se, de diversas formas, os temas em questão, propondo-se desafios para que ponham em jogo o que sabem. Esse momento pode ser desenvolvido por meio de rodas de conversa, leitura de imagens ou de textos escritos, resolução de problemas, debates, entre outras estratégias. É importante que professores e alunos registrem as concepções e hipóteses levantadas nesse momento para comparar com os novos conhecimentos, ao final do trabalho.

Sabendo o que os alunos já sabem sobre o conteúdo a ser trabalhado, o professor pode planejar de onde partir e o caminho que seguirá para que cheguem onde precisam chegar. É o momento de ampliar os conhecimentos dos alunos, torná-los mais complexos, por meio do estabelecimento de novas e várias relações, a partir de novas informações. Esse momento requer do professor segurança em relação ao conteúdo e às formas de desenvolvê-lo, considerando-se a heterogeneidade dos níveis de conhecimento e a faixa etária dos adolescentes e jovens. As atividades de ampliação devem propiciar “um mergulho” no tema, de formas variadas como pesquisas em livros, internet, projeção de vídeos ou filmes, realização de entrevistas, saídas em campo, leitura e produção de textos, que trabalhem as noções, conceitos, habilidades e valores desejados. O cuidado com o registro nesse momento é fundamental, pois, ele será a memória das aprendizagens realizadas nessa etapa.


A sistematização dos conhecimentos é o momento de retomar todo o percurso de aprendizagem feito, organizando-se as principais noções e conceitos trabalhados, por meio dos registros efetuados no processo, promovendo-se a apropriação das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos e permitindo a professores e alunos uma visão geral do que foi feito, com os avanços e as dificuldades encontradas. É um momento de síntese e também de divulgação dos produtos finais.

É importante verificar que não há uma rigidez entre os diferentes momentos, cabendo, por exemplo, a sistematização, desde o início do levantamento dos conhecimentos prévios, quando se registram as concepções e hipóteses dos alunos a respeito do que vai ser estudado, ao mesmo tempo em que este momento pode servir também para ampliar os conhecimentos, na medida em que se conversa sobre o tema ou se vê um vídeo para problematizar o assunto. O que muda é o enfoque a ser dado a cada um deles.

Em relação ao processo de avaliação, cabe dizer que o mesmo acontece durante todo o percurso da sequência, desde seu início, quando se investigam os conhecimentos prévios dos estudantes, até a sistematização final. Por isso propõe-se que sejam realizados, constantemente, registros do professor e dos alunos sobre as aprendizagens realizadas, os avanços conquistados, as dificuldades enfrentadas, pois a marcha da aprendizagem deve definir a marcha do ensino, tendo como referencial as expectativas de aprendizagem apontadas nas matrizes curriculares. Pretende-se com isso que o estudante desenvolva um processo de auto-avaliação para que tome consciência do próprio processo de aprendizagem, desenvolvendo a sua autonomia intelectual.

Posto o que vem a ser uma sequência didática, aproveito e socializo, mais uma vez, a metodologia adotada na concepção do Estudar Pra Valer. Se tivermos isso claro, podemos criar bastante nas nossas SDs.

METODOLOGIA E ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA


A metodologia aqui defendida é a dialógica ação-reflexão-ação (Ler Paulo Freire: Pedagogia do oprimido, em especial o capítulo 3):

- Todos os alunos participam, se envolvem e trazem para a reflexão seus conhecimentos, valores, indagações, sua cultura. Ninguém deve ficar de fora! O professor, por sua vez, se torna pesquisador, organizador, planejador dos assuntos específicos da área e, sobretudo, assume compromisso com a aprendizagem de todos os alunos;

- Os conteúdos devem ser problematizados e discutidos nas diferentes situações de ensino e aprendizagem, sempre em relação aos saberes próprios da Educação Física, da vida do aluno, da localidade e da realidade de modo geral;

- Em diferentes momentos os alunos lêem e produzem textos;

Para fins didáticos, priorizamos na metodologia alguns momentos que consideramos fundamentais, todos importantes e valiosos para a aprendizagem dos alunos:

1 - Apresentação do tema: problematização com os alunos / sensibilização para o assunto a ser abordado;

2 - Levantamento, sistematização e organização dos conhecimentos prévios e valores dos alunos em relação ao assunto a ser abordado. Esse é o momento de conversa para conhecer o que os alunos pensam ou já sabem sobre o tema a ser discutido. Nesse momento, trabalham-se a oralidade, a exposição oral de idéias e opiniões e o levantamento de hipóteses sobre o tema que será discutido. É sempre bom sistematizar os conhecimentos prévios dos alunos para que eles saibam o que sabem;

3 - Ampliação dos conhecimentos dos alunos por meio das atividades;

a) Hora de se mexer - realização de uma atividade da cultura da adolescência (jogos, danças, brincadeiras) para que todos os alunos se movimentem nas aulas, mobilizem seu repertório motório, descubram novas possibilidades de movimentação - sempre a luz da temática selecionada para reflexão. Aqui é importante selecionar atividades significativas na cultura dos alunos. É importante também adaptar as atividades para que todos possam participar.

b) Reflexão sobre a atividade realizada, com o foco na temática abordada e nos conhecimentos prévios dos alunos. Trata-se de outro momento de conversa com os alunos. Aqui são feitos questionamentos e problematizações, relacionam-se os movimentos realizados na vivência motória com a temática que está em discussão. Nesse momento você deve estimular os alunos a se colocarem diante do assunto, a se pronunciarem. É importante articular esse momento com a problemática que iniciou a aula e com a atividade motória executada, formulando questões sobre o que foi feito e sentido pelos alunos e sobre qual a relação entre o que foi aprendido e o dia-a-dia.


c) Sistematização, organização, expressão e registro dos pontos importantes levantados na reflexão. Ao final da reflexão, é importante direcionar um fechamento com base nas falas dos alunos, destacando os pontos importantes da conversa, os conceitos construídos e o objetivo da atividade. É o momento onde a construção do conhecimento pelo aluno deve ser evidenciada em sua realidade, em seus valores, costumes, hábitos e atitudes;


d) Leitura de diferentes gêneros textuais – verbal e não verbal - sobre o assunto abordado. Entendemos que esse é um momento essencial para que o aluno amplie seus conhecimentos e exercite a habilidade de interpretação de textos, ampliando também seu potencial para ler o mundo. Os alunos devem ser organizados individualmente ou em grupos de tamanho diverso, conforme o caso, para leitura de textos sobre o tema em pauta. É importante que os textos a serem trabalhados sejam de diferentes gêneros e que sejam expressos em diferentes linguagens. Esses textos podem ser extraídos de revistas, jornais, folhetos informativos etc.


e) Produção de textos para registro, sistematização, organização e ampliação dos saberes. É o momento de registrar o que foi aprendido, elaborar a síntese do que foi vivido na aula, produzir textos diversos, individualmente, em grupo ou em dupla, sobre os conhecimentos construídos em relação ao tema discutido. O registro proporciona um excelente instrumento de acompanhamento do processo de aprendizagem, permitindo conhecer as dificuldades dos alunos, e reorientar, se necessário, a organização geral das aulas. Um trabalho assim organizado facilita o processo de ensino- aprendizagem, tornando-o mais significativo, e permite que se respeitem os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos envolvidos, mas buscando promover o progresso de todos.


f) Avaliação: o registro escrito também é, para você professor(a), excelente instrumento para acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos: permite identificar os pontos que não ficaram claros, para serem retomados, bem como os alunos que têm dificuldades, para orientações e intervenções que os ajudem a avançar, tanto na compreensão dos conceitos trabalhados quanto na escrita, isso para melhorar a clareza das idéias ou complementar as informações, quando necessário. Então, a análise de seus registros permite a você reorientar e ou reorganizar as aulas, com base nas informações sobre o desenvolvimento dos alunos em relação ao que foi trabalhado em aula; caso um grupo grande de alunos ou toda a classe apresente a mesma dificuldade, ou incompreensão do conceito trabalhado, você certamente irá refazer o planejamento da(s) aula(s). Assim, a avaliação em Educação Física, como nas demais áreas, está a serviço da aprendizagem do aluno: ocorre durante o desenvolvimento das atividades (é contínua), acompanhando a construção do conhecimento pelo aluno, a forma como ele compreende e resolve as situações que lhe são apresentadas (é processual), e visa regular o caminhar do ensino ao caminhar da aprendizagem (é diagnóstica), possibilitando a você, professor(a), intervir para ajudar o aluno a superar a dificuldade encontrada.

 
SÍNTESE DA ABORDAGEM METODOLÓGICA


O trabalho ora proposto exige metodologia dialógica: ação – reflexão –(transform) ação. Ação pedagógica que parta dos conhecimentos dos jovens, que explicite outras visões de mundo, mais organizadas e sistematizadas, que propicie experiências e socialização de experiências, que provoque discussões, materialize a produção do pensamento, promova a reflexão individual e coletiva, faça sínteses provisórias e apreciativas das discussões, realize produções que explicitem o processo de aprendizagem e o aprendido. A organização e seus princípios também fazem parte dessa metodologia. A organização proposta tem como diretrizes a participação, a solidariedade, a cooperação e o reconhecimento da individualidade de cada um.


Outro elemento constitutivo da metodologia adotada que merece destaque é a preocupação com o letramento, com a necessidade de se reservar espaços privilegiados para a leitura e a escrita, para a o exercício da oralidade e para o contato com outras linguagens - áudio-visual, cênica, musical, matemática – nas aulas. Nessa abordagem metodológica os alunos têm a oportunidade, além de se movimentar, de expressar seus conhecimentos, interagir com outros, discutir e refletir, tomar contato com as mais diversas linguagens, em especial com a leitura, a escrita e a oralidade.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

INTERNET LIVRE OU CABRESTO ELETRÔNICO?

INTERNET LIVRE OU CABRESTO ELETRÔNICO?

Por José Claudio Höfling Filho


No início da década de 1990, quando eu era adolescente, lembro como se fosse hoje minha mãe presenteando a mim e minhas irmãs com nosso primeiro computador. Tenho certeza que esse acontecimento foi um divisor de águas em nossas vidas, tanto por ser algo inovador (pois era um recurso muito caro na época e continua sendo até hoje), quanto pela possibilidade de revelar novos horizontes para nosso o conhecimento, trabalho e lazer.

Embora a internet caminhasse a passos vagarosos naqueles tempos, foi o computador que nos possibilitou a realização de diversas atividades, entre elas as acadêmicas/escolares (na digitação de trabalhos, pesquisas, entre outros), de entretenimento (como jogos e brincadeiras virtuais) e, finalmente, o navegar pela internet, ou como se dizia na época, surfar pela rede.

Lembro que aguardava com entusiasmo o carregamento (downloading) da página da NBA só para ver as imagens do jogador Michael Jordan, astro de basquete da época da equipe Chicago Bulls. Coisas de garoto. Eram horas e horas a fio esperando para que as imagens fossem exibidas, mas a expectativa de descobrir algo novo, algo inédito era a energia que me nutria em cada momento que ficava em frente ao monitor do computador.

O tempo passou (que pena...) e crescemos. Em uma década observamos com espanto e euforia a revolução digital em nossa sociedade. Atualmente, essas ferramentas de comunicação e interatividade são decididamente elementos essenciais em nosso cotidiano. Computadores, celulares, laptops, sistemas de interatividade virtual, ferramentas acadêmicas como a EaD (Educação à Distância), sistemas HD (de alta definição de imagens), internet de alta velocidade, internet livre são sinônimos de sucesso, eficiência e congruência de saberes. Mas é a internet livre, definitivamente, que se caracteriza, em minha opinião, como uma verdadeira ferramenta democrática nos dias atuais, no acesso e na disseminação do conhecimento e da informação.

Quando adentrei na vida adulta, uma de minhas primeiras decisões profissionais foi a de me tornar professor. Devo admitir que minha família teve um papel determinante em minha escolha, pois passei toda minha infância e juventude em ambientes acadêmicos e escolares em função de meus pais serem professores.

Mas minha decisão de me tornar um professor baseou-se fundamentalmente em uma razão simples, mas nobre: a de transmitir conhecimento.

Creio que esta razão também pode ser aplicada à internet livre, pois ela parte do princípio paradigmático de que a transmissão/difusão do conhecimento é algo nobre, digno, democrático e que deve ser de direito de todos.

Mas, como professor, procurei compreender (e ainda procuro) o que a palavra livre significa para nossas vidas. Entre as várias vertentes desta palavra, associam-se outras como a liberdade: de expressão, da escravidão, de escolha, de arbítrio, de errar, de sonhar, de amar, democrática.

Mas uma frase que me chamou a atenção retrata como o livre-liberdade pode ser encarado em nossas vidas:

“A LIBERDADE NÃO TEM QUALQUER VALOR SE NÃO INCLUI A LIBERDADE DE ERRAR. ”
(Mahatma Gandhi – líder político e espiritual da Índia)

Em minha concepção, ser livre representa o ideal de fazer escolhas, de acertar e errar, e por meio dessa liberdade, permitir e garantir a reflexão sobre nossas ações afim de que possamos construir e reconstruir nosso presente e futuro.

Quando soube que a internet livre estaria disponível para os cidadãos de Araraquara fiquei muito feliz, por entender que essa iniciativa permitiria um avanço significativo no que diz respeito à democracia (social e virtual) e à comunicação para nossa cidade.

Como professor do Município de Araraquara, me amparei na expectativa de possibilitar e oferecer aos meus alunos, novas práticas pedagógicas e ferramentas educacionais por meio da internet e também em função da aquisição de novos computadores para a nossa escola (municipal). Essa novidade permitiria, a meu ver, um acesso mais rápido na conexão e abriria novas oportunidades para a utilização de atividades educacionais em rede e pesquisas escolares.

Perfeito! Porém, ao me sentar em frente ao computador da escola (conectado à internet livre) e realizar minha primeira pesquisa tive a primeira desilusão com a chamada democracia eletrônica: o site a ser visitado foi bloqueado pelo servidor eletrônico municipal. Surpreendi-me com o acontecimento e resolvi realizar uma pesquisa aleatória, usando como referência-chave, por exemplo, um blog (um diário online no qual você publica histórias, idéias ou imagens) de cunho educacional de uma colega de trabalho onde são apresentadas diversas atividades pedagógicas. Resultado: Bloqueado!

Nos vinte minutos que se passaram ao longo da pesquisa, meu entusiasmo foi reduzido à zero tamanha a quantidade de bloqueios e negações de acesso ao conteúdo.

Como algo que se denomina livre pode censurar e tolher a busca por informação, por conhecimento? Vale esclarecer, que as pesquisas realizadas por mim tinham como objetivo apenas obter informações educacionais em sites de pesquisa e blogs acadêmicos.

Gostaria também de deixar claro que, ferramentas virtuais de relacionamento/interatividade como Orkut, Facebook, Youtube, twitter, entre outros, que possuem seu apelo comunicativo e interativo (embora ainda mal explorados do ponto de visto educacional) e que são elementos cotidianos e amplamente acessados pela maioria dos navegadores virtuais, nem sequer foram possíveis de serem acessados.

Sinceramente, negar esses processos de relacionamento e de comunicação virtual é deixar de aproveitar uma inegável e rica oportunidade de construir e desenvolver elementos sócioeducativos para nossos alunos, nossa comunidade.

Mas meu objetivo por aqui não é fazer propaganda e promoção de sites e sim trazer uma questão de princípio: a da liberdade de escolha. É pertinente afirmar que a realidade demonstra que muitos usuários da internet ainda utilizam esse ambiente para fins obtusos e por assim dizer, nada nobres (como acessos a pornografia, materiais de cunho racista e de propagação de violência entre outros). No entanto, essa condição pode e deve ser transformada para que este tipo de ferramenta possa se tornar um instrumento para o conhecimento, para o progresso do ser humano. E nada mais conhecido e testado para essa transformação do que a EDUCAÇÃO.

É a educação que transforma, investiga, esclarece e repercute em nossas ações, nossas vidas. É através dela que o livre, a liberdade, a democracia tornam-se concepções fundamentais de nossas escolhas, de nossas reflexões.

Ou como dizia Prof. Paulo Freire (educador e filósofo brasileiro):

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

Somente por meio do exercício da autonomia (condição inseparável da liberdade), podemos construir conceitos como a responsabilidade e o compromisso com o que é certo. Compromisso esse que somente será estabelecido se confiarmos no ser humano, naquele que será capaz de realizar as escolhas certas, sem que para isso seja censurado ou bloqueado previamente.

QUEM CONFIA NÃO BLOQUEIA, QUEM CONFIA ENSINA.

Resta esperar por dias sujeitos a menos interferências, onde seremos capazes de realizar downloadings e conexões mais democráticas e inspiradoras para nossa cidade, para nossa sociedade e para nossas escolas, professores e alunos.



José Claudio Höfling Filho

Professor desde 2005 do Município de Araraquara e Tutor Virtual da UAB-UFScar (Universidade Aberta do Brasil), mantém um blog virtual para fins educacionais: http://educacaofisicaemquestao.blogspot.com

sábado, 11 de setembro de 2010

CEDO DEMAIS...

Gostaria, antes de tudo, abrir um espaço neste blog para homenagear uma pessoa.

Porém, decididamente não gostaria de ter que fazer isso...pois queria que essa pessoa estivesse aqui para recebê-la.

Na tarde do dia 09/09/2010 um aluno querido por mim e por todos seus amigos e familiares foi embora para sempre.

Foi embora cedo demais...

Deixando um vazio enorme em nossas vidas...

Conheci este garoto quando tinha apenas 6 anos...

De cara tímida, algumas vezes triste, ou tantas alegre, foram proveitosos 5 anos de amizade, parceria e troca de experiências...

Aprendi muito com este garoto assim como todos os que cercam minha vida...

Lembro como se ontem... e foi ...que ríamos dos resultados do futebol da semana, que brincávamos uns com os outros, dos nossos momentos em que formávamos a fila rumo à quadra, das vezes em que me pedia licença para poder trocar de calça jeans pela bermuda para o famoso e disputado futebol, do seu correr, do seu brincar...

Foi embora cedo demais...

Cedo para não podermos ver você crescer, acertar, errar, fazer escolhas...se desenvolver...

Só posso dizer uma coisa para você garoto... OBRIGADO por fazer parte da minha vida...que você possa descansar e ter a paz que merece...

Vou colocar a foto em que você esta com seus amigos (algo que você sempre adorou) em meu blog... mas tenha certeza que você estará em nossos corações para sempre.



Deixei anotado em meu diário de classe garoto... NOTA DEZ! SEMPRE!

Do seu professor... José Claudio



ACABOU TÃO RÁPIDO – GONE TOO SOON (COMPOSIÇÃO MICHAEL JACKSON)


Como um cometa
Cruzando o céu ao anoitecer
Acabou tão rápido...

Como um arco-íris
Sumindo em um piscar de olhos
Acabou tão rápido...

Brilhante, cintilante
E esplendorosamente radiante
Aqui, um dia
Tornou-se em noite

Como a falta da luz do sol
Em uma tarde nublada
Acabou tão rápido...

Como um castelo
Construído na areia da praia
Acabou tão rápido...

Como uma flor perfeita
Que está fora do seu alcance
Acabou tão rápido...

Nascido para alegrar, inspirar, encantar
Aqui um dia
Tornou-se em noite

Como um pôr do sol
Morrendo com o nascer da lua
Acabou tão rápido...

Acabou tão rápido...

domingo, 29 de agosto de 2010

ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA

ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA: A DIFERENÇA IGNORADA


Por: José Guilmar Mariz de Oliveira/ Laércio de Moura Jorge


Sim, Esporte e Educação Física são manifestações, instituições e práticas distintas. A frase “O que quer que seja Educação Física, Esporte é que não é”, enfaticamente escrita e dita, tem causado invariavelmente perplexidade a leitores e ouvintes orientados por uma compreensão baseada no senso comum. De um modo geral e também na comunidade escolar, incluindo alunos, pais, professores e dirigentes educacionais, essa diferença tem sido (1) ignorada no sentido do real desconhecimento da diferença e (2) também ignorada, de forma premeditada, no sentido de desprezo ou desinteresse em relação à problemática, procurando manter-se o “status quo” da confusão estabelecida para auferir-se vantagens da não diferenciação, pois a sustentação de uma proposta educacional/pedagógica séria e coerente, que necessariamente deve considerar tal diferenciação, implica mudanças conceitual e estrutural nem sempre convenientes para projetos oportunistas, improvisados e mercantilistas.


Nós do Colégio Renovação entendemos e adotamos a distinção entre Esporte e Educação Física.
A Educação Física, cuja denominação substituímos por Cinesiologia Humana é um componente curricular obrigatório da Educação Escolar Básica. O Esporte NÃO é um componente curricular obrigatório da Educação Escolar Básica, isto é, não existem aulas de Esporte. Existem sim aulas de Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, História, Geografia, Cinesiologia Humana (Educação Física) e Arte (Educação Artística) entre outros.

Nas aulas de Cinesiologia Humana (Educação Física) nossos alunos não praticam Esporte. Nas aulas de Cinesiologia Humana (Educação Física) nossos alunos ESTUDAM, teórica e praticamente, o MOVER-SE considerado como uma característica essencial do ser humano.

Entendemos também que o Esporte representa uma manifestação e uma instituição de inegável impacto junto à sociedade de um modo geral, razão pela qual acreditamos que a Escola não pode omitir-se em relação aos assuntos pertinentes ao Esporte. O mover-se é também uma característica essencial do ser humano, o atleta, envolvido na competição esportiva propriamente dita. Por isso, em algumas aulas do componente curricular Cinesiologia Humana (Educação Física) o mover-se do atleta, nas várias modalidades esportivas, é também, oportunamente, apresentado, discutido, analisado, estudado e vivenciado. Isto não significa que nossos alunos estejam praticando Esporte.

Além disso, o tema Esporte, envolvendo necessariamente a participação do atleta e também conseqüentemente outros constitutivos como torcedores, rádio, jornal, televisão, internet, indústria e comércio de material esportivo, marketing esportivo, dirigentes esportivos, clubes esportivos, etc., é desenvolvido em outros componentes curriculares como por exemplo Ciências (Biologia, Química, Física), História, Geografia, Arte, Ciências Sociais e Matemática, além de ser entendido como um tema transversal na mesma condição e categoria de outros temas transversais que abrangem Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Obviamente isso também não significa que, nessas situações, nossos alunos estejam praticando Esporte.

Como um aluno pode então praticar Esporte no Colégio Renovação? Sem entrar no mérito da questão “O que é praticar Esporte?” cuja discussão fica para uma próxima oportunidade, nossos alunos podem participar das seguintes atividades correlatas, consideradas extra-curriculares:

CURSOS DE APRENDIZAGEM ESPORTIVA em várias modalidades tais como futebol de salão, futebol Society, voleibol e handebol;

JOGOS INTERNOS realizados anualmente, com a realização de competições inter-classes por meio de jogos com tipificação esportiva e;

EQUIPES DE REPRESENTAÇÃO ESPORTIVA em competições entre Escolas, em várias modalidades tais como futebol de salão, Futebol Society, voleibol e handebol.

Essas atividades extra-curriculares são planejadas, orientadas e desenvolvidas sob a responsabilidade da Unidade Cultural “Esporte”, coordenadas pelo Professor Laércio de Moura Jorge e contando com a orientação específica da Unidade Cultural “Instituto de Cinesiologia Humana de São Paulo”.


Observação: Este texto foi originalmente publicado no Infonews (Informativo do Colégio Renovação), ano I, número 1, Agosto/Setembro de 2003, página 3.

Gostaria de saber mais?

domingo, 15 de agosto de 2010

DISPENSAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA - NOVAS INQUIETAÇÕES

É sempre importante e oportuno trazer novas informações e elementos que venham enriquecer as discussões em nosso ambiente. Aproveito a oportunidade para relatar uma dúvida a respeito da utilização de vestimentas nas aulas de Educação Física e consequente solicitação de dispensa enviada pelo Prof. Jean, que em suas palavras:


Sr. José Claudio, sou pastor evangélico e pedagogo, preciso de sua ajuda acerca desse tema, pois algumas pessoas pedem dispensa para não fazer Educação Física com a desculpa de não utilizar short. O que a lei fala sobre isso? E qual seria essa legalidade?

É claro que há uma liberação de poder usar saia em lugar da calça, porém qual é a legalidade para com a Educação Física!

Mensagem enviada para o Prof. Jean:

Olá Sr. Jean.

Com relação a sua questão, não existe nenhum conceito ou determinação na legislação vigente com relação ao uso (autorizado ou não) de saias ou outras vestimentas nas aulas de Educação Física, muito menos a legalidade da solicitação de dispensas das referidas aulas em função do uso dessas vestimentas.

A lei esclarece que as dispensas nas aulas de Educação Física só poderão ser solicitadas pelas seguintes especificações (disponível no link abaixo):


§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno:

I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
II – maior de trinta anos de idade;
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física;
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
V – (VETADO)
VI – que tenha prole.

O que se tem atualmente como conduta quanto à utilização das vestimentas nas aulas de Educação Física é uma orientação/recomendação por parte dos professores e da equipe escolar para que alunos trajem vestimentas adequadas para a prática da aula.

Mas cabe aqui uma pergunta:

O que são vestimentas/roupas adequadas?

Acredito seriamente que a utilização de camisetas, calções, shorts, bermudas, moletons e tênis se caracterizam como as opções mais ajustadas e funcionais para a prática da aula por apresentarem qualidades na eficiência, flexibilidade e liberdade nos movimentos (característica inerente ás aulas de Educação Física).

Roupas apertadas como o jeans, por exemplo, dificultam a execução e a liberdade de movimentação e apresentam uma influência negativa no que diz respeito à transpiração/suor do corpo humano.

Chinelos, sandálias (com ou sem salto) e botas também não são recomendados em função da exposição excessiva dos pés, podendo ocasionar lesões, entorses ou mesmo doenças de pele (no caso de pés descalços), pois inúmeras quadras podem apresentar fezes de pombos por exemplo ou outro tipo de sujeira que possa comprometer a saúde do aluno.

Com relação às saias, decididamente não se constitui como barreira ou impedimento para a prática de atividades corporais na Educação Física, porém, é sensato dizer que a aluna poderá ficar inibida ou embaraçada em decorrência da realização de determinados movimentos ou situações que possam ser apresentadas na aula.

Cabe ao professor saber lidar com essas questões e promover o diálogo e um manejo de classe apropriado.

Contudo, de forma alguma esse profissional poderá/deverá aceitar uma dispensa por essas condições (uso da saia neste caso) uma vez que fere um princípio fundamental na vida escolar plena do aluno: a de poder desfrutar de todas as formas de educação presentes na escola (nesse caso a disciplina Educação física), componente curricular obrigatório e regulamentado por leis federais.




domingo, 1 de agosto de 2010

BLOGUEIRO APRESENTA TRABALHO EM CONGRESSO

Foi com muita alegria que este blogueiro apresentou seu trabalho no III CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR realizado nos dias 3,4 e 5 de junho de 2010 na UNESP (Universidade Estadual Paulista) em Rio Claro.

O evento, que contou com a participação de diversos profissionais da área de Educação teve como objetivo proporcionar aos professores e alunos de Educação Física a possibilidade de atualização/capacitação profissional, por meio de participação em palestras, oficinas pedagógicas e apresentação de relatos de experiência e/ou temas livres.


O tema escolhido para apresentação foi o artigo (já postado neste blog) intitulado: “Fessor... o que vai ter de física?”: a relação entre expectativas de alunos e conteúdos em aulas de educação física.



Estou postando novamente este artigo para apreciação dos meus leitores em versão resumo (apresentado no congresso) e versão para Blog.


Espero que este trabalho seja o primeiro de muitos.

Gostaria de agradecer desde já meus alunos e a Unidade Escolar que trabalho, a EMEF Waldemar Saffiotti (município de Araraquara) porque sem eles (minha fonte de inspiração e dedicação) nada disso seria possível.


Muito obrigado.

Atenciosamente.


PROFESSOR JOSÉ CLAUDIO HÖFLING FILHO


“FESSOR... O QUE VAI TER DE FÍSICA?” : A RELAÇÃO ENTRE EXPECTATIVAS DE ALUNOS E CONTEÚDOS EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. (versão resumo apresentado no congresso)


José Claudio Höfling Filho
Prefeitura Municipal de Araraquara


A frase "Fessor" (professor)... o que vai ter de “física”? (conteúdo da aula de Educação Física) é um retrato do cotidiano das aulas de educação física em nossas escolas – um reflexo marcante (e preocupante) da capacidade que a disciplina de Educação Física tem de criar expectativas prazerosas, de possibilitar ao aluno a chance de construir algo novo e memorável na escola. O presente relato busca compreender a relação entre interesses/expectativas dos alunos e conteúdos ministrados pelos professores de Educação Física do ensino fundamental público do Município de Araraquara. Possibilitar ao aluno a conquista de um desafio, fortalecer suas relações pessoais com os demais colegas, corresponder ás suas expectativas e proporcionar o acesso ao conhecimento são objetivos fundamentais de qualquer professor, porém, a primeira impressão do professor de Educação Física quando se depara com esta frase é a de que o aluno não está interessado no conteúdo a ser desenvolvido em sua aula, mas sim se a atividade a ser trabalhada corresponde às suas expectativas. Visando uma abordagem participativa dos alunos na construção das aulas, histórias dramatizadas foram apresentadas com o intuito de propiciar a construção e reconstrução dos temas com a opinião e reflexão dos alunos frente aos acontecimentos narrados. Os resultados da aplicação dessa estratégia permitiram constatar uma participação significativa dos alunos, bem como uma nova forma de entendimento do que pode ser a Educação Física e de que os próprios alunos são elementos fundamentais do conteúdo de uma aula, ou seja, eles não fazem a aula, eles são a aula. Essa concepção de Educação Física, pautada nas relações a serem estabelecidas entre conteúdos oferecidos e expectativas dos alunos, contemplando múltiplos conhecimentos e oferecendo situações e instrumentos que possibilitem sua crítica, construção e reconstrução, exige uma mudança comportamental por parte dos professores frente a condições escolares quase sempre adversas.

 
FESSOR, O QUE VAI TER DE FÍSICA (versão para Blog)
 
Isto pode parecer estranho para algumas pessoas, mas tenho a convicção de que esta frase é deflagrada diariamente para milhares de professores de Educação Física em suas Escolas por seus alunos.

A frase "Fessor" (entende-se professor)... o que vai ter de física? (entende-se o que teremos - de conteúdo - na aula de Educação Física?) é um retrato cotidiano nas Escolas do Brasil. Muitos alunos empolgados, felizes e assim por dizer, aliviados com o término de suas aulas regulares e o início da aula de Educação Física se pegam a dizer esta frase com todo o entusiasmo e alegria que uma criança pode ter.

Esse é um reflexo marcante (e também preocupante) da capacidade que a disciplina de Educação Física possui em criar expectativas prazerosas, de possibilitar ao aluno a chance de construir algo novo, algo vitorioso, algo memorável naquele dia.

O fracasso é algo comum em uma sala de aula. Inúmeras vezes alunos fracassam na sala de aula de diversas maneiras, seja na tentativa de realizar uma atividade, no desenvolver de sua leitura de forma adequada ou simplesmente na construção de suas relações pessoais (aluno – professor/ aluno – aluno) de forma harmoniosa.

Encerrar o dia de aula e criar um sentimento de algo cumprido, algo que era tangível e foi preenchido e conquistado é um desafio sem tamanho para um aluno.

SENTIMENTOS E MEMÓRIAS COMO ESSAS SÃO POSSÍVEIS DE SE CONSTRUIR EM UMA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA?

Possibilitar ao aluno a conquista de um desafio, fomentar e fortalecer suas relações pessoais com os demais alunos, corresponder as suas expectativas e proporcionar o acesso ao conhecimento são objetivos a serem alcançados pelo Professor de Educação Física em suas aulas, ou melhor, são objetivos tangíveis?

A primeira impressão que pode passar na cabeça do professor quando se depara com esta frase é de que o aluno não esta interessado no conteúdo a ser desenvolvido em sua aula, mas sim se a atividade a ser trabalhada corresponde as suas expectativas, ou seja, se o professor disser/propuser um conteúdo que não lhe agrade, certamente sua exaltação será refreada.

Cabe aqui uma pergunta bem humorada: será que esse mesmo aluno ao chegar à sala de aula, fará a mesma pergunta para sua professora? “Fessora”... o que vai ter de Matemática (Português, Ciências, História entre outros).

Para você Professor de Educação Física, desafio realizar este tipo de indagação para seu aluno de maneira bem espirituosa (ou seja, inverta essa situação de frase para outra disciplina). Você ira se surpreender com seus alunos.

MAS COMO ESTE TIPO DE COMPORTAMENTO TORNOU-SE COMUM NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?

Creio que a primeira conjuntura de evidências pode ser fundamentada na qualidade do currículo desenvolvido pelos profissionais de Educação Física. O empobrecimento de conteúdos, a falta de planejamento e principalmente a qualidade de construção de aulas e atividades por parte de nossos profissionais certamente contribuem para esse resultado.

Boa parte desse saldo que nos é apresentado se deve ao fato da marginalização da Educação Física no Escopo Escolar. Nos PCNs (1997) uma frase corrobora com essa discussão.

“Outra situação em que essa marginalidade se manifesta é no momento de planejamento, discussão e avaliação do trabalho, no qual raramente a Educação Física é integrada. Muitas vezes o professor acaba por se convencer da pequena importância de seu trabalho, distanciando-se da equipe pedagógica, trabalhando isoladamente.” (PCN’s, 1997)

Decididamente essa constatação é contemporânea e muito bem conservada para os debates nas esferas da Educação Física Escolar. Quantos de nossos profissionais nunca ou raramente se sentaram em Reuniões de Conselho, de planejamento ou de professores (para o desenvolvimento de atividades multidisciplinares) ou para construção de suas atividades e conteúdos. Abro espaço aqui para uma experiência vivida em minha profissão como Professor de Educação Física que reflete bem o que estamos vivenciando.

Já participei de várias reuniões de Conselho em que foram debatidas e explanadas as relações de disciplina/faltas e suas consequências nas avaliações. Infelizmente a Educação Física parece não ser relevante para este tipo de discussão e muito menos oportuna para ser incluída nesses documentos e resultados (embora apresentemos inquietantes problemas de faltas/evasão em nossa disciplina, mas essa é uma questão que deixo para discussão em uma próxima oportunidade).

O que podemos dizer disso? Reducionismo ou desqualificação de nossa categoria por parte de outros profissionais da Escola ou desinteresse de fortalecer e prestigiar nossa disciplina por parte de nossos profissionais?


Certamente esse “apequenamento” da importância da Educação Física na Escola é sustentada (de forma inconsciente ou por conveniência) por parte de muitos profissionais de nossa área. “Mexer no que esta quieto, fácil e bom” (pelo menos para estes profissionais) é um reducionismo profissional sem precedentes e põe em risco a credibilidade e sustentabilidade da disciplina para o presente e o futuro.

Este pensamento também é defendido por diversos profissionais no qual destaco a Profª Luciane Sanchotene Etchepare (2005) que salienta a falta de comprometimento do professor de Educação Física para a valorização de sua profissão:

“Atualmente vemos uma grande desvalorização da Educação Física na escola, além de pouco comprometimento por parte de professores em tornarem suas aulas atrativas, motivantes e principalmente importantes para a vida do aluno. Muitos daqueles que não freqüentam as aulas de educação física na escola, freqüentam academias e clubes pagos, não se enquadrando como sedentários, mas somando-se aos que estão descontentes com o ensino da escola por parte dos profissionais que ministram essas aulas.

A frase “soltar a bola para que os alunos se divirtam” muito difundida (proposital e erroneamente) por inúmeros profissionais de outras áreas (e porque não os nossos?) não é só uma resposta muito menos um desconhecimento da Concepção da Educação Física por parte deles, mas um alerta para o futuro de nossa profissão.

A mudança do comportamento profissional, das nossas ações e atuações na Escola passa por um entendimento do que é EDUCAÇÃO FÍSICA e qual sua concepção nos dias de hoje. Sua relevância deve estar sempre voltada para necessidades dos alunos, através da contemplação de múltiplos conhecimentos e do oferecimento de situações e instrumentos que possibilitem sua crítica, construção e reconstrução.

Referências Bibliográficas:

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.96p.

Educação física, vida e currículo. Profª Luciane Sanchotene Etchepare, Profº Érico Felden Pereira, Profª Clarissa Stefani Teixeira. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 87 - Agosto de 2005. http://www.efdeportes.com/efd87/efcur.htm

sábado, 26 de junho de 2010

PIADA DE ÚLTIMA HORA!

PROFESSORES... e SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO.


Por: Autor desconhecido.


Havia certa vez um homem navegando com seu balão, por um lugar desconhecido.
Ele estava completamente perdido, e qual grande foi sua surpresa quando encontrou uma pessoa. Ao reduzir um pouco a altitude do balão, em uma distância de 10m aproximadamente, ele gritou para a pessoa:



- Hei, você aí­, aonde eu estou?

E então a jovem respondeu:
- Você está num balão a 10 metros de altura!


Então o homem fez outra pergunta:
- Você é professora, não é?

A moça respondeu:
- Sim...puxa! Como o senhor adivinhou?

E o homem:
- É simples, Você me deu uma resposta tecnicamente correta, mas que não me serve para nada!

Então a professora pergunta:
- O senhor é secretário da educação, não é?

E o homem:
- Sou sim... Como você adivinhou?

E a Professora:
- Simples: o senhor está completamente perdido, não sabe fazer nada e ainda quer colocar a culpa no professor.

Link Imagem:

http://flaviaamazonas.blogspot.com/2009/02/o-balao.html

quarta-feira, 23 de junho de 2010

OS DEZ MANDAMENTOS DA ESCOLA

OS DEZ MANDAMENTOS DA ESCOLA

MANDAMENTO N.7

NÃO SUJAR (A ESCOLA E A SALA DE AULA)


Por José Claudio Höfling Filho

Limpeza e escola são decididamente duas expressões que não travam uma boa cordialidade no dia a dia. A eterna batalha para manter/preservar o ambiente escolar limpo/organizado/higienizado é disputada por dois esquadrões de combate distintos: as agentes/administradoras da limpeza (e seus aliados) VS alunos (e seus comparsas ocultos).



AGENTES/ADMINISTRADORAS DA LIMPEZA:


Suas batalhas começam logo pela manhã, quando os portões da escola se abrem. Equipadas de vassouras, esfregões, baldes, mangueiras e panos, suas ações de combate concentram-se principalmente nos horários pós-recreio/intervalo, momento em que os alunos estão se alimentando e brincando.

Em menor número no campo de batalha, sua proporção pode chegar a 1/100 alunos em escolas de grande porte.


ALUNOS


Munidos com suas diversificadas artilharias, eles agem quase em tempo integral quando estão em sua principal arena de combate – a escola. Entre as armas principais encontram-se as balas, chicletes e pirulitos, armamentos facilmente localizados nos arredores e flancos da escola. Desde o momento que adentram a escola, lá estão eles mastigando e ruminando as chamadas bombas calóricas.

O número de crianças que mastigam chicletes e balas logo pela manhã é espantosamente preocupante. Não é de se espantar que milhares delas apresentem sérios problemas dentários. A expressão de um aluno também pode ser caracterizada nos dias de hoje pelo sorriso careado, pela risada manchada, pelo semblante risonho acompanhado pelo canudo do pirulito e pelo mastigar/ruminar repetitivo e incessante do chiclete.



“Certa vez uma aluna, logo pela manhã me avisou que não poderia fazer a aula de educação física porque estava com dores no estômago. Imediatamente acreditei em suas palavras por um simples motivo: ela estava com um pirulito na boca.” Diário de campo (2009).

Mas os problemas não param por aí: papéis e embalagens são rotineiramente lançados e espalhados aos quatro cantos do ambiente escolar, um verdadeiro bombardeio sem fim. Para completar a missão dessas guloseimas, temos ainda também a situação dos chicletes que são jogados em todo qualquer canto, grudando e alterando permanentemente a paisagem escolar.

Se este conflito cessasse por aí, o estrago já seria devastador, porém estes mesmos chicletes e pirulitos se constituem como estopim para desencadear e incendiar discussões e brigas.

Mas o arsenal de armas que essa guerra possui não para por aí: temos ainda os restos de comida e frutas (procedentes das merendas e lanches dos alunos).

O horário que corresponde à merenda escolar, em muitos casos, se torna um palco para batalhas de comida e frutas. O que deveria ser um período para relaxamento e para repor as energias para a continuidade das aulas acaba se transformando em uma luta campal onde alunos atiram uns contra os outros, restos de maçãs, bananas, bolachas entre outros. Um ato verdadeiramente decepcionante e um preocupante desperdício de comida (em um país onde milhares passam fome).

Crianças naturalmente bagunçam e criam confusões com a comida. Podemos observá-las diariamente lambrecando-se e derrubando restos de comida no chão de um refeitório escolar. Acredito que isso é um processo natural pelo qual aos poucos elas vão controlando e desenvolvendo seus comportamentos no ato da refeição. Por isso é de suma importância o trabalho e acompanhamento dos pais nesse processo, onde a criança desenvolve suas atitudes e modos com o momento da refeição” Diário de campo (2009).

Mas nessa guerra, a principal artilharia usada pelos alunos ainda é a falta de educação e consideração com o patrimônio publico.

ALIADOS


Com a finalidade de equilibrar essa batalha, as agentes/administradoras da limpeza contam com a parceria dos professores (ALIADOS) na tentativa (frustrada) de educar e ensinar valores de respeito com a escola, noções de higiene e limpeza (coletiva e individual) além de instruir processos de organização e manutenção do espaço escolar em que vivem. No entanto, essa batalha está sendo vencida atualmente pelo chamado eixo do mal, ou seja, aqueles alunos que possuem insistentemente o péssimo hábito de destruir a escola.


Fotos de vandalismo e depredação em escolas


OS COMPARSAS OCULTOS


Porém, só para desequilibrar ainda mais esse combate, milhares de escolas travam ainda disputas com a presença indesejável dos pombos e roedores (OS COMPARSAS OCULTOS) tornando a escola um verdadeiro caso de saúde pública, no qual esses animais transmitem e proliferam doenças e parasitas.



E QUAL O SALDO DESSA GUERRA?

De um lado, as administradoras da limpeza, que vêem seu trabalho não valorizado e suas ações cada vez mais frustradas na tentativa de preservar e manter a limpeza e a organização da escola.

Os professores, por mais que seus esforços sejam redobrados neste tipo de circunstância, seus resultados ainda estão longe de se tornarem satisfatórios.

Os alunos, que encontram dificuldade e resistência em compreender o real problema destes fatos, que afetam o seu dia a dia no momento em que eles adentram em uma sala suja, depredada, ou quando vão para o pátio ou quadra e não conseguem se sentar ou brincar em função de chicletes jogados ao chão, embalagens e restos de comida espalhados a todo e qualquer canto. E no momento em que adoecem ao estarem expostos a fezes e elementos nocivos de pombos, ratos, animais e insetos contaminados.

A escola, que acaba se transformando no palco dessa guerra, em que vencedores e vencidos, todos acabam perdendo.



OS CUSTOS DESSA GUERRA!


Faça comigo alguns cálculos e perceba como uma simples mudança de comportamento ou visão coletiva (de alunos/pais) pode beneficiar aluno/escola/comunidade com relação ao uso de balas e chicletes:

Unidade escolar – 1200 alunos (média de alunos em uma escola de grande porte)

Pirulito – preço unitário (R$0,25 centavos)

Se um aluno consumir por dia 01 (um) pirulito, ao longo da semana ele terá gasto o total de R$1,75.

Porém, como esse aluno frequenta apenas os dias escolares, logo ele consumirá 05 (cinco) pirulitos, o que é uma estimativa bastante conservadora, ele terá gasto ao término da semana um total de R$1,25.

Consequentemente, esse aluno terá gasto ao final do mês (quatro semanas) um total de R$5,00.

Suponhamos que esse aluno, ao invés de gastar essa quantia na compra dos pirulitos, destinasse essa quantia para a escola (para a APM - associação de pais e mestres, por exemplo).

Se cada aluno contribuir com essa quantia por mês, logo teremos um total de R$60,00/ano.

Mas como esse aluno ingressa na escola apenas em fevereiro e se despede das atividades em dezembro, vamos descontar os meses de janeiro e dezembro. Portanto, ele contribuirá apenas 10 meses/ano um total de R$50,00/ano.

Em uma escola de grande porte (1200 alunos), se cada aluno fizer essa doação/contribuição para a escola, teremos a espantosa quantia de R$60.000,00 (SESSENTA MIL REAIS)!!!

Com esse valor é possível:

- equipar todas as salas com televisão/DVD/retroprojetor;

- substituir todas as lousas velhas e ventiladores por equipamentos mais modernos;

- adequar e equipar ambientes de lazer como refeitórios/quadras poliesportivas/anfiteatros entre outros;

- ajustar e incrementar a merenda escolar;

- realizar atividades culturais e de lazer trazendo jogos e equipamentos lúdicos (como pula-pula, camas elásticas, futebol de sabão) além de incrementar cardápios específicos para essas datas festivas;

- adquirir novos e variados equipamentos e materiais pedagógicos;

- pintar toda a escola.

Esta é apenas algumas das sugestões que podem ser aplicadas.

E aí?

Ainda pensando em comprar uma balinha?



Referências Bibliográficas:

HOFLING FILHO, J.C.. Diário de Campo. Emef Waldemar Saffiotti, Araraquara, SP, 2009.
Link das imagens:

http://newserrado.com/tag/bomba-nuclear/

http://alertabrasiltextos.blogspot.com/2007/12/na-fronteira-com-as-farc-como-vida-dos.html
http://downloads.open4group.com/download/wallpapers/conflit--desert-storm-2-soldados-10565.html
http://downloads.open4group.com/download/wallpapers/medalha-de-honra-5774.html
http://jogos.uol.com.br/pc/galerias/battlefieldbadcompany2.jhtm?gFoto=64#fotoNav=64
http://jogos.uol.com.br/pc/galerias/battlefieldbadcompany2.jhtm?gFoto=64#fotoNav=59
http://avacalouca.wordpress.com/2009/10/20/os-10-jogos-mais-esperados-do-ano/
http://xbox360.ign.com/dor/objects/14293277/battlefield-bad-company-2/images/battlefield-bad-company-2-20090521054707017.html
http://pc.ign.com/dor/objects/14320744/battlefield-bad-company-2/images/battlefield-bad-company-2-20091104021013453.html?page=mediaFull
http://forum.jogos.uol.com.br/Desktops-de-marco_t_698116
http://topgames.terra.com.br/revistaps3w/materias/ps3w/Especial+Previews+2010/8849
http://gameover.sapo.pt/article.html?id=49916&gamespace=29056&page=2
http://missoesindia.blogspot.com/2008/07/conhecendo-ndia-praga-de-ratos-devasta.html
http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/BXK16237_pombos800.jpg